domingo, 13 de março de 2011

Entrevista com Giovani Gionédis para o site www.vozdocoxa.com.br Parte III

Valdenir: Boa noite Doutor Gionedis, dirimidas as questões anteriores, e partindo para a realidade atual, pergunto: Pelo que me consta, o senhor faz parte do grupo de conselheiros natos do Coritiba, em função disto, gostaria de saber o que realmente o conselho vem realizando para contribuir nesta administração? 

Giovani Gionédis: Nada. O conselho vota em massa o que a diretoria quer. Exemplo: venda da chácara (que seria um hotel de concentração). Aprovaram sem questionar. Exemplo: terceirizaram os sócios, pagam 38% de comissão (aprovaram). Eu em todos os assuntos fiz comentários e dei opinião. A HISTÓRIA vai mostrar o que vão fazer ao Coritiba

Valdenir: O fato de o conselho votar em massa é uma rotina? Fica eventualmente registrada a manifestação em contrário?

Giovani Gionédis: Sim, fica registrado. O conselho no meu tempo reunia todo mês e faziam comissões para apontar jogadores a serem contratados etc... Esse ainda não aprovou as contas deles do primeiro trimestre, fizeram apenas duas reuniões.

Vinicius: Boa noite Dr. Gionedis, é um prazer estar participando deste momento aqui na MENOR. Pra mim o CORITIBA teve dois presidentes: o Chinês, vencedor em campo e o senhor, vencedor na administração. É claro que a queda atrapalhou tudo, e como ninguém perdoa, principalmente no futebol, o senhor teve problemas. Mas vamos lá. Falta muito para o CORITIBA ser o que queremos como torcedor? Times vencedores, brigando por títulos, locais e nacionais, quiçá internacionais? E quando o senhor volta? Ultima pergunta. O senhor sentiu-se abandonado nos piores momentos ou traído?
 
 Giovani Gionédis: Primeiro Quanto ao Chinês. Não se questiona as vitórias, só que os tempos eram outros, pagava-se com promissórias, não se perdiam jogadores se não pagasse INSS ou FGTS. Por outro lado o Chinês também esteve na segunda divisão é que não lembram ficam as coisas boas. Segundo: esteve no Coritiba quase 30 anos. Eu em 6 anos tenho 3 títulos, um vice, uma ida a Libertadores. Isso são números, não mostram o quadro interior que se enfrenta. Não sou homem de me sentir abandonado. Eu trabalho e trabalho muito. Se errei, errei pensando em consertar. Um time vencedor e disputando títulos nacionais e internacionais? Só quando o clube estiver estruturado financeiramente e muito bem. Vocês sabem que a folha esta atrasada? Eu herdei cinco folhas atrasadas e depois que assumi não atrasei mais. Agora futebol não se faz sem dinheiro.

Vinicius: Com certeza...ia chegar neste ponto do Chinês...A gestão dele tem que ser dividida em duas...Anos 70 e o titulo nacional...Eram outras épocas...Por isso que o mais importante hoje é sanar o CORITIBA, buscar parcerias e crescer com estrutura. O senhor volta um dia?

Vinicius: para terminar o que começou?

Giovani Gionédis: Nunca se diz dessa água não beberei. Digo mais, nunca tive problema com torcedores, aliás, até hoje converso com todos. Tive problemas com meia dúzia de baderneiros. Sou um homem que aceita críticas (porque elas são bem vindas e nos ajudam a melhorar) não admito baixaria ou pessoas desprovidas de caráter. Tem muita gente boa que pode tocar o Coritiba, O Vialle é um deles. O Espeto também (aliás, era o meu candidato). Você esta certo só com fortalecimento financeiro o Coritiba será grande.

Giovani Gionédis: Antes da pergunta quero colocar uma coisa

Giovani Gionédis: Quando vendi o Rafinha e o Miranda, os dois por sete milhões de euros, o Coritiba estava em quinto ou sexto lugar. Poderia muito bem, pegar o dinheiro e em vez de pagar o Bradesco, Safra, América, etc...Contratar seis jogadores de renome, tipo Aristizabal, por milhões e disputar o titulo de 2005 e talvez ser campeão. Final de mandato ia embora, era duas vezes campeão paranaense e campeão brasileiro em quatro anos e o melhor Presidente. Melhor? Ou irresponsável. No ano seguinte o CFC perderia o CT, O estádio e daí. Sou um homem responsável, não entrei no Coritiba para deixar rastro de dívidas. Fiz um trabalho de reorganização com responsabilidade. Precisava dizer isso a vocês.

Marcelo Laroca: Boa noite. É um prazer poder participar deste debate. Estou a 600 km de Curitiba (Avaré - SP) e aderi a campanha de sócio da sua gestão. Acompanhei todos os jogos aqui no interior de São Paulo em 06/07 e muitos em Curitiba. Sei que fiz a minha parte. Dr. Gionédis, pelo que foi divulgado, seu escritório não presta mais serviços para o Coritiba. Todos os processo foram substabelecidos? Qual é o montante da dívida trabalhista em litígio? Os contratos com os jogadores, que tanto questionam, tiveram uma acessoria jurídica? Hoje, estamos nas mãos de empresários? Voltando ao assunto do racha em 2006, jogadores tinham salários diferenciados? (tipo Alberto)... houve interferência de empresários?

Giovani Gionédis: Laroca, Boa noite. O meu escritório prestou serviços ao Coritiba sim, em todas as áreas. Fizemos uma auditoria jurídica, porque não se sabia nem quantos processos tinham. O escritório tem 31 advogados, duas filiais, não é uma sala qualquer. O trabalho era centralizado para tomadas de decisões globais e não setoriais. Cobrava R$ 12.000,00 mensais. Hoje voltamos ao que era. Um coordenador jurídico ganhando nove mil em carteira (dá quanto?) mais quatro escritórios contratados: cível, trabalhista, futebol (no rio) e tributário. Somando tudo da mais de R$ 25.000, o pior perdeu-se a visão geral das coisas. O escritório substabeleceu todos eles. Quanto aos contratos de jogadores o que dizem é uma baboseira parece que nem leram a lei Pele. Um menino de 16 anos só pode fazer contrato de três anos. Se o menino é craque com 19 anos esta livre. Só podemos prorrogar uma vez, então ficaria com 22 anos livre. O Keirrisson prorrogamos duas vezes. Agora, com os jogadores velhos é diferente, ·.
Giovani Gionédis: eles fazem até o final da temporada, e eles ganharam a eleição e tinham que renovar. O Vialle respondeu bem isso na imprensa.

Marcelo Laroca: O Senhor sabe o montante da dívida trabalhista pendente? E com relação ao racha de 2006, houve interferência de empresários? Está havendo isso novamente?

Giovani Gionédis: Os jogadores têm salários diferenciados, mas eles entendem isso, é normal. O Aristizabal ganhava 100 mil, não tivemos problema, o Tuta 70 mil. Isso não lhes afeta. Eles até se esforçam para ganhar mais

Marcelo Laroca: Então porque o Senhor falou em racha em 2006?

Giovani Gionédis: O problema de 2006 foi assim jogador A comeu a mulher do B e brigaram na concentração. Uns ficaram de um lado e outros de outro. Jogador C comeu outra e ai rachou de vez.

Marcelo Laroca: Sr vê a ingerência de empresários na atual diretoria?
Giovani Gionédis: A dívida trabalhista pendente deve ser da ordem de uns sete milhões, 85% ou 90% antes de minha gestão. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário